A posição adventista sobre a comercialização de jóias se fundamenta em dois princípios básicos: o primeiro é o compromisso adventista com a recomendação bíblica de abstenção do uso de jóias. O Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia (revisado em 2005), pág. 177, declara que “nas Escrituras é ensinado com clareza que o uso de jóias é contrário à vontade divina. ‘Não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso’, é a admoestação do apóstolo Paulo (I Tim. 2:9). O uso de ornamentos de jóias é um esforço para atrair a atenção, em desacordo com o esquecimento de si mesmo que o cristão deve manifestar”. Angel M. Rodríguez, diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral, trata com muita propriedade do assunto em seu livro O Uso de Jóias na Bíblia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002).
Richard M. Davidson, diretor do Departamento de Antigo Testamento da Universidade Andrews, reconhece que houve ocasiões na história bíblica em que o povo de Deus acabou sucumbindo ao uso de jóias. Mas, em períodos de especial consagração, Deus pediu que Seu povo se desfizesse de suas jóias e adornos como um símbolo exterior de dedicação interior da vida a Ele. Foi assim, por exemplo, na dedicação de Jacó e sua família em Betel (Gên. 35:1-4); na reconsagração dos israelitas após a idolátrica adoração do bezerro de ouro, no deserto do Sinai (Êxo. 33:5 e 6); e também na recomendação às mulheres cristãs no período do Novo Testamento (I Tim. 2:9 e 10; I Ped. 3:3-5). Já no livro do Apocalipse aparece um marcante contraste entre a grande meretriz “vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas” (Apoc. 17:4; cf. 2 Reis 9:30), de um lado, e a mulher pura “vestida do sol” (Apoc. 12:1) e a grande multidão dos glorificados “vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos” (Apoc. 7:9), do outro. Conseqüentemente, os adventistas entendem ser seu dever abster-se das jóias.
Um segundo princípio básico que fundamenta a posição adventista sobre a comercialização de jóias é que não devemos produzir e/ou comercializar aquilo que não usamos por estar em desacordo com os ensinos bíblicos. Por exemplo, jamais deveríamos produzir e/ou vender drogas e bebidas alcoólicas que nós mesmos não devemos consumir. Da mesma forma, não devemos fabricar ou comercializar jóias e ornamentos dos quais somos aconselhados a nos abster. É certo que Ellen White aconselha que “aqueles que têm braceletes e usam ouro e adornos, fariam melhor se tirassem esses ídolos de sua pessoa e os vendessem, mesmo que fosse por muito menos do que deram por eles” (citado em O Uso de Jóias na Bíblia, pág. 150). Mas esse conselho é que a pessoa se desfaça de suas jóias, sem nenhuma conotação de comercialização de jóias.
Existem, porém, aqueles que argumentam que essa é uma questão meramente cultural, e a única forma de subsistência disponível para eles. Mas o argumento cultural é desfeito, em grande parte, pelo simples fato de a abstinência de jóias ser enfatizada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, bem como no Espírito de Profecia (ver “Declarações de E. G. White Sobre Jóias e Adorno Pessoal”, em O Uso de Jóias na Bíblia, págs. 148-154). Como esses escritos foram produzidos em diferentes contextos culturais, mas são unânimes em recomendar a abstinência do uso de jóias, entendemos que tal abstinência é um princípio universal que transcende às diferentes culturas.
Por sua vez, a alegação de que a comercialização de jóias é a única forma de subsistência para algumas famílias acaba refletindo a teoria existencialista de que “os fins justificam os meios”. Como adventistas do sétimo dia, devemos reconhecer que nem todas as atividades comerciais são condizentes com a fé que professamos. O exercício da religião exige, por vezes, renúncia e sacrifício. Portanto, recomendamos que, como cristãos adventistas, não produzamos nem comercializemos tudo aquilo que também não devemos consumir ou usar, incluindo a questão de jóias.
Texto de autoria do Dr. Alberto Timm publicado na Revista do Ancião (abril – junho de 2007).
Jogos de Azar
A posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia com respeito aos jogos de azar é a mencionada no Manual da Igreja, baseada na Bíblia Sagrada. Veja que, entre as razões para a disciplina de um membro, está a prática de jogos de azar: “Violação da lei de Deus, tal como a adoração de ídolos, homicídio, roubo, profanação, jogos de azar, transgressão do sábado, e falsidade voluntária e habitual” (p. 194,195).
Seria mero capricho da igreja ser contra jogos de azar? Não. Veja que a Bíblia é clara ao dizer que deveríamos trabalhar para ganhar nosso sustento: “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn. 2:15). E depois do pecado, o meio para se obter o sustento não foi mudado. Ainda deveria ser pelo trabalho: “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gn 3:19). Veja, ainda, o que Paulo diz:” [...] nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós; [...] se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3:8,10).
Qualquer outro meio para se conseguir o pão que não seja por um trabalho e, acima de tudo, honesto, está fora do ideal de Deus para o sustento do ser humano.
Note que o profeta Isaías (55:2) adverte sobre “[gastar] o dinheiro naquilo que não é pão” Isso indica que o uso do dinheiro deve ser feito com muito critério, em coisas que realmente são necessárias, e não ser gasto tentando a sorte em jogos, onde raramente ou nunca se ganha, e
quando se ganha é às custas do sofrimento de milhares que perderam seu dinheiro. Imagine: ganhar às custas de quem perdeu. Seria isso cristão?
Poderíamos assim resumir as diversas razões pelas quais um cristão não deve se envolver em jogos de azar:
1. Não é o meio indicado por Deus para se conseguir o sustento, que é trabalhando (Gn 2:15; 3:19; Is 55:2; 2Ts 3:7,8,10-12, etc).
2. É dinheiro ganho às custas de quem perdeu o seu no jogo (dinheiro que faz muita falta no lar).
3. É uma tentativa de ganhar dinheiro fácil, sem o ”suor do rosto” Esta maneira de viver, muitas vezes leva ao roubo e à desonestidade (outras maneiras de se tentar ganhar dinheiro fácil).
4. Jogos de azar podem viciar, e o vício é uma espécie de idolatria ( um ídolo é tudo aquilo a que dedico meu tempo, minhas energias e meus bens). E os idólatras não herdarão o reino de Deus ( I Co 6:9).
5. Geralmente, o lugar e os companheiros de jogo não ajudam em nada a vida espiritual. Em vez disso, tornam-se forças contrárias ao bem e ao crescimento da espiritualidade. Junto com o jogo de azar, geralmente, andam o tráfico de drogas, de armas, a prostituição, etc.
6. Mesmo sendo lícitos pelas leis do Estado, o cristão tem, como sua lei maior, a Santa Bíblia, que é contrária a esses jogos.
“Parece que precisamos de uma lei para acabar com as escolas de jogo. Estas proliferam em toda parte. Mesmo a igreja (inadvertidamente, sem dúvida) algumas vezes faz a obra do diabo. Concertos com fins beneficentes, bingos e rifas, algumas vezes em auxílio de objetivos religiosos ou caritativos, mas freqüentemente com finalidades menos dignas, sorteios de prendas, jogos de prêmios, etc, são todos expedientes para se obter dinheiro sem retribuição correspondente. Nada é tão desmoralizador ou pernicioso, particularmente para os jovens, como a aquisição de dinheiro ou propriedade sem trabalho. Se pessoas respeitáveis se empenham nessas empresas de azar e acalmam a consciência com o pensamento de que o dinheiro se destina a um bom fim, não é para se estranhar que a juventude do Estado tão a miúdo caia nos hábitos que, com quase toda a certeza, a tornarão afeiçoada aos jogos de azar” (Governador Washburn, de Wisconsin, em sua mensagem anual, em 9 de janeiro de 1873, citado por Ellen G. White, em O Grande Conflito, p. 387).
Finalmente, alguém perguntaria sobre o que deveria ser feito com irmãos que jogam. Diria que o pastor, anciãos e outros oficiais da igreja os visitassem, mostrando-lhes o que a Bíblia diz sobre o assunto de como se conseguir o pão de cada dia. Se, apesar de todo o esclarecimento recebido, persistirem no jogo, podem sofrer disciplina eclesiástica (conforme já mencionado e previsto no Manual da Igreja).
Por Ozeas Caldas Moura, editor na Casa Publicadora Brasileira
Os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal besta?
Os adventistas do sétimo dia não ensinam que os crentes que guardam o domingo têm o sinal da besta. O livro “Questões Sobre Doutrina”, que apresenta a posição oficial dos adventistas a respeito de suas doutrinas distintivas, assim se posiciona a respeito de nossa compreensão sobre o “sinal da besta”:
“Os adventistas do sétimo dia creem que as profecias de Daniel 7 e Apocalipse 13, relativas à besta, se referem particularmente ao papado [não aos irmãos católicos que nada têm a ver com isso!], e que as atividades e o futuro poder perseguidor serão postos em nítida evidência exatamente antes da volta do Senhor em glória. Compreendemos que o sábado,então [no futuro], se tornará uma prova mundial” (“Questões Sobre Doutrina” [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009], p. 158)
Apesar de tamanha clareza, muitos críticos alegam que “os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal da besta”. O texto a seguir de Ellen White deixará ainda mais escancarado a mentira dos tendenciosos que escrevem sem ir às fontes primárias:
“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade” (O Grande Conflito, p. 449)
E ela continua, na mesma página:
“Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei [algo futuro], e o mundo for esclarecido [ninguém será pego de surpresa nesse ponto] relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira o papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem”. (Confira também o que ela escreveu no livro “Evangelismo”, p. 234, 235).
Perceba que Ellen White diz que as pessoas receberão a marca da besta “quando a observância do domingo for imposta por lei” e “o mundo for esclarecido” sobre o verdadeiro dia de guarda. Ela não afirma em hipótese alguma que os cristãos hoje têm a marca da besta, mas sim que certos religiosos terão tal sinal depois que for dado o decreto dominical (conferir Apocalipse 13), que obrigará a todos a fazerem do domingo o dia de guarda no lugar do sábado da criação, memorial do Deus Criador e sinal da autoridade dEle (Ex 20:8-11; Ap 14:6,7).
Seria incoerente Ellen White acusar a todos os cristãos atuais de “seguidores da besta” sendo que ela mesma diz que eles estão “verdadeiros cristãos” e que estão “em todas as igrejas”! Avalie isso à luz da evidência.
De maneira clara Ellen White – e os adventistas informados – ensinam que a observância do domingo hoje ainda não é o sinal da besta.
GOSTO PESSOAL VERSUS HONESTIDADE INTELECTUAL
Que os críticos não gostem das mensagens de Ellen White é de se esperar. Porém, é lamentável a maneira tendenciosa com que muitos deles distorcem os escritos dela para colocarem em sua “caneta” aquilo que ela jamais escreveu.
Pelo menos por uma questão de cristianismo, honestidade acadêmica e salvação eterna (Ap 22:15), deveriam apresentar todo o posicionamento dela sobre o assunto, para que pessoas sinceras não desenvolvam um preconceito injustificável contra a mensagem adventista que é puramente cristã.
Graças a Deus por pessoas como o apologista Dr. Walter Martin, que depois de pesquisar pessoalmente sobre o adventismo, escreveu:
“É minha convicção que não se pode ser uma verdadeira Testemunha de Jeová, Mórmon, cientista cristão, etc., e ser um cristão no sentido bíblico do termo; mas é perfeitamente possível de ser um Adventista do Sétimo Dia e ser um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo a despeito de certos conceitos heterodoxos…” (Walter Ralston Martin, “The Kingdom of the Cults” [Mineápolis, Minessota: Bethany House Publishers, 2003], p. 535)
Dr. Martin não chegou a essa conclusão por acaso. Ele leu o que a liderança da Igreja escreveu sobre a marca da besta no livro “Questions on Doctrine”, publicado na língua portuguesa (Questões Sobre Doutrina), na página 161 (versão em português):
“Temos a firme convicção de que milhões de cristãos piedosos de todas as crenças, através de todos os séculos do passado, bem como aqueles que atualmente confiam sinceramente no Salvador Jesus para se salvarem e que O seguem em conformidade com a luz que receberam, inquestionavelmente estão salvos”.
Espero de coração que os críticos sinceros se arrependam de acusarem os adventistas de “exclusivistas”, pois, oficialmente reconhecemos que muitos que guardaram (e guardam) o domingo (na sua sinceridade de coração, conforme a luz que receberam) serão salvos, sem necessariamente serem adventistas do sétimo dia. Claro: isso não é desculpa para continuar pecando, transgredindo ao quarto mandamento, depois de receber luz sobre o assunto (1Jo 2:4; Mt 7:21-23; Ap 14:12).
DICAS FINAIS
Caso tenha vindo a sua mente uma citação de Ellen White em que ela “afirma” que “santificar o sábado implica em salvação eterna”, clique aqui para compreender o texto em seu contexto. Vá direto à “fonte” e não perca o seu tempo em sites e livros de críticos que são “mestres” em descontextualizar os escritos adventistas.
Em momento oportuno irei expor a você um breve estudo exegético e histórico sobre Apocalipse 13. Enquanto procuro tempo para isso, você poderá:
a) Estudar o ótimo livro “Podría Ocurrir? Apocalipsis 13 a la luz de la historia y los sucesos actuales”, de Marvin Moore.
Pode ser adquirido com a Asociación Casa Editora Sudamericana (ACES, na Argentina) pelo site https://www.aces.com.ar (o valor está em Pesos, não em Reais)
b) Ler a Parte V do livro “Questões Sobre Doutrina” que responde “Perguntas Sobre o Sábado, o Domingo e o Sinal da Besta” (p. 138-168), especialmente a resposta à pergunta 18 (p. 157-159), que apresenta “O Conceito Histórico do Sinal da Besta”. Você verá que a interpretação adventista de Apocalipse 13 (a respeito do papado na profecia e não do sábado) é a mesma seguida pelo protestantismo no passado!
“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.” (At 17:11).
Fonte: Na Mirada Verdade
A Igreja Adventista Mudou sua Posição em Relação a Cafeína?
Não bebemos nem servimos bebidas com cafeína em nossa casa. Meus filhos questionam a postura da Igreja Adventista sobre essa questão, uma vez que muitos de seus amigos da igreja fazem uso dessas bebidas em casa e até em atividades da igreja. A igreja mudou sua posição sobre a cafeína?
Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless
Não, a igreja não mudou sua posição na questão do chá, café e outras bebidas que têm cafeína. Nos Regulamentos Eclesiástico-Administrativos da Associação Geral de 2007/2008, página 293, lemos o seguinte: “É desaconselhado o uso do café, chá e outras bebidas que contêm cafeína e qualquer substância prejudicial.” Também, no Concílio Anual, no outono de 2007, a administração da igreja confirmou que “Os ministérios adventistas de cuidado da saúde devem promover apenas as práticas baseadas na Bíblia ou no Espírito de Profecia, ou métodos de prevenção de doenças, tratamentos e manutenção da saúde baseados em evidências” (Ibid., p. 297).
Temos declarações firmes do Espírito de Profecia concernentes às bebidas que contêm cafeína, aconselhando o não uso. Ellen White nunca falou da cafeína propriamente dita, mas a descrição que ela faz dos efeitos do chá e do café reflete as ações dessa substância, e presumimos que esteja falando contra ela.
Há alguns relatórios confusos, provenientes da literatura científica, de estudos que mostram aparentes benefícios da cafeína para a saúde. O “lobby” pró-cafeína faz com que esses dados cheguem a nossa caixa postal com objetivo e rapidez!
Entretanto, a farmacologia básica da cafeína não mudou. Ela é a droga psicoativa mais popular do mundo (mudança de humor), mais amplamente usada do que o álcool e o fumo. Pode levar à dependência física, a qual, por definição, resulta na síndrome de abstinência, quando a ingestão habitual é interrompida abruptamente. Quando isso acontece, muitos e variados sintomas podem ocorrer, incluindo dor de cabeça, canseira, irritabilidade, falta de concentração e náusea.
Embora a morte provocada por “overdose” de cafeína não seja comum, acontece e pode ser intencional, podendo ocorrer com a ingestão de cafeína em comprimidos, mas com o aumento da popularidade de refrigerantes com cafeína e bebidas energéticas, os médicos de pronto socorro e toxicólogos estão percebendo um aumento de problemas e sintomas relacionados com a cafeína, especialmente entre jovens.
Em 2006, cerca de quatro bilhões de dólares americanos foram gastos em bebidas energéticas apenas nos Estados Unidos, o que é indicação da tendência mundial. Além disso, quinhentas novas marcas de bebidas energéticas foram introduzidas em todo o mundo, no mesmo ano. As chamadas “bebidas energéticas” têm níveis significativamente mais altos de cafeína do que a maioria dos refrigerantes que contêm cafeína. A análise desse cenário revela o seguinte: crianças e jovens são expostos a refrigerantes açucarados; depois, a cafeína é adicionada e, na seqüência, as bebidas energéticas. O passo seguinte é a adição de álcool às bebidas energéticas, que são divulgadas e comercializadas de uma forma muito semelhante. A confusão de marcas pode acontecer facilmente, auxiliada pela estratégia de dar preço mais baixo à bebida energética com álcool do que às não alcoólicas. Além disso, a fabricação e comercialização desses produtos têm como consumidor-alvo o jovem, que almeja ser um “bêbado bem acordado”. Que enganação! Um em cada três adolescentes usa bebidas energéticas comparado a um em dez adultos. Temos o dever de informar nossos jovens, dar o devido exemplo em nossos próprios hábitos e usar nossa influência contra esse ataque do mal contra nossa sociedade.
A cafeína é útil como componente de certos analgésicos usados no tratamento de enxaqueca e para outros tipos de dor. Pode representar alívio para quem precisa fazer uso de tais medicamentos. Ellen White menciona que usou café (presume-se que esteja se referindo à cafeína) em algumas ocasiões, como medicamento. (Ver Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 302.)
Fazemos bem em orar e aplicar coerentemente o princípio da temperança: “A verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 562).
Allan R. Handysides, é diretor do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, é diretor executivo da ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde.
Fonte: Adventist World
Os Adventistas do Sétimo Dia e o Seguro de Vida
Histórico sobre o Assunto
Desde seus primeiros anos, os adventistas do sétimo dia têm discutido sobre a participação ou não de membros da igreja em planos de seguro contra perda, com atenção dada ao seguro de vida.
Apesar de a igreja como um todo não ter tomado uma posição, muito menos fez disso um teste de disciplina, muitos membros creram que a igreja desencorajou ou não aprovou o fato de ter seguro de vida como sendo incompatível com o tipo de confiança na providência que marca o cristão dedicado. Ministros têm incluído freqüentemente em suas apresentações públicas testemunhos contra seguros e têm encorajado os crentes, tanto antigos com novos, a abandonarem seguros já existentes.
Muitos pioneiros adventistas, apesar de saberem que a Bíblia não aborda diretamente o assunto de seguros, pediu que nenhum tipo de seguro fosse feito por cristãos. Por exemplo, em 1860 Roswell F. Cottrell, autor e líder proeminente, citou esses textos da Bíblia como apoio para a sua posição:
“Quem fica por fiador de outrem sofrerá males” (Pv 11:15). “Não toqueis em coisas impuras” (2 Co 6:17). “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação” (Sl 146:3). “O Senhor os ajuda e os livra dos ímpios e os salva, porque nele buscam refúgio” (Salmos 37:39, 40). “Feliz o homem que em ti confia” (Sl 84: 12).
Apesar de concordar com a posição geral de Cottrell, James White tinha reservas sobre a aplicação do texto e expressa sua preocupação quanto às conseqüências através das seguintes palavras:
Quanto ao seguro, dizemos [no vol. XV no 23], ‘Com respeito ao seguro não temos nada a declarar no momento. Até agora não asseguramos nossos próprios prédios e se a igreja concordar em não assegurar os bens da igreja, seremos processados.’ Por isso as fortes razões do Irmão RFC são um lado da principal questão em debate. Mas esperamos que todos considerarão cuidadosamente suas evidências e conexões, para que vejam por si mesmos a quantidade de testemunhos diretamente contra o seguro. A verdade prevalecerá.” – Ibid
Enquanto a discussão anterior entre os líderes adventistas tratava de seguro de todos os tipos, os riscos envolvidos os levaram posteriormente a aceitar o princípio do seguro de bens contra fogo, tempestade e roubo. A mudança de atitude surgiu por volta de 1860, quando a igreja estava consentindo na incorporação legal a fim de manter os bens da igreja. Naquela época o risco de incêndio era muito ameaçador, porque o aquecimento era produzido por fogões à carvão ou à lenha e a luz era de lâmpadas à óleo.
A aceitação de Ellen White com respeito ao seguro de proteção aos bens é ilustrado em suas cartas. Em 1880 ela escreveu ao seu filho, W. C. White, “Quero que você providencie para que a casa em Healdsburg seja assegurada. Fale com Lucinda sobre isso. Estou preocupada com isso” (Carta 17, 1880). Quatro anos mais tarde ela escreveu,“Irmão Palmer diz que escreveu-lhe sobre o seguro. Se a casa não está no seguro isso deve ser feito imediatamente” (Carta 53, 1884).
Este conselho estava em harmonia com suas repetidas instruções de que todos os passos deveriam ser tomados para salvaguardar as propriedades. Enquanto ela ainda estava viva, seu filho, W. C. White, respondeu a uma inquirição com respeito a seguro contra fogo:
Não encontramos nos escritos da Mamãe nenhuma condenação da prática do seguro em nossas propriedades contra fogo. Mamãe sempre considerou isso muito diferente de seguro de vida. Ela mantém seus imóveis corretamente assegurados, e tem encorajado algumas de nossas instituições a fazer o mesmo. – Carta de W. C. White em 5 de agosto de 1912.
Ellen G. White e o Seguro de Vida
No entanto, o seguro de vida foi visto sob uma luz diferente. De um modo geral, os que assumiram uma posição contra o seguro de vida, o fizeram como uma resposta às declarações de Ellen White, iniciando com o seu artigo de duas páginas, “Seguro de Vida,” publicado primeiramente em 1867 em Testimony no 12. Por ser sua mais antiga e mais extensa discussão sobre o assunto, é reproduzida de maneira completa aqui:
Foi me mostrado que os adventistas observadores do sábado não devem meter-se em seguros de vida. Isto é um comércio com o mundo, que o Senhor não aprova. Os que participam nesses empreendimentos estão se unindo ao mundo, enquanto Deus chama Seu povo para sair dele e ser separado. O anjo disse, ‘Cristo lhe comprou através do sacrifício de Sua vida. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora pois glorificai a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, que é de Deus.’ ‘Porque estais mortos, e sua vidas está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é sua vida, aparecer, então vós também aparecereis com Ele em glória.’ Aqui está o único seguro de vida que o céu aprova.
O seguro de vida é uma praxe mundana que leva nossos irmãos a se envolverem e abandonarem a simplicidade e pureza do evangelho. Cada um desses desvios enfraquece a nossa fé e diminui nossa espiritualidade. Disse o anjo: ‘Mas vocês são uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar; Que ele mostrasse os louvores a Ele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.’ Como povo pertencemos ao Senhor de maneira especial. Cristo nos comprou.
Anjos de extremo poder estão ao nosso redor. Nem um pardal cai sem que o nosso Pai celestial note. Até mesmo os cabelos da nossa cabeça estão contados. Deus tem feito provisões para Seu povo. Ele cuida do Seu povo de maneira especial, e estes não deveriam desconfiar de Sua providência, participando de empreendimentos do mundo. Deus tem a intenção de que preservemos a nossa simplicidade e santidade peculiar como um povo. Os que se envolvem nessas praxes mundanas, investem meios que pertencem ao Senhor, que Ele nos confiou para usar em Sua causa. Porém poucos receberão algum retorno do seguro de vida, e sem as bênçãos de Deus mesmo estes terão prejuízo em vez de benefício.
Satanás está constantemente apresentando tentações ao povo escolhido de Deus para atrair suas mentes do solene trabalho de preparação para as cenas do futuro. Ele é no sentido mais profundo da palavra um enganador, um habilidoso charmoso. Ele encobre seus planos e com coberturas de luzes emprestadas do céu. Ele tentou a Eva a comer do fruto proibido, fazendo-a crer que teria muitas vantagens por causa disso.
Satanás leva seus agentes a introduzir varadas invenções e direitos de patentes e outros empreendimentos, para que os guardadores adventistas do sábado que têm pressa de ficar ricos, caiam em tentação, tornem-se seduzidos, e embrenhando-se em muitas tristezas. Ele está bem alerta, empenhado diligentemente em levar o mundo ao cativeiro. Através da força do mundanismo, ele mantém um alegre estímulo para atrair os imprudentes que professam crer na verdade de unir-se aos mundanos. A lascívia no olhar, o desejo de emoção e diversão por prazer, é uma tentação e uma armadilha ao povo de Deus.
Satanás tem muitas tramas sutis e redes perigosas, que aparentam inocência, mas com as quais está se preparando habilidosamente para enfeitiçar o povo de Deus. Há shows alegres, diversões, leituras frenológicas e uma variedade interminável de empreendimentos que surgem constantemente, planejados para levar o povo de Deus a amar ao mundo e as coisas que há no mundo.
Através da união com o mundo, a fé se enfraquece, e recursos que poderiam ser investidos na causa da presente verdade são transferidos para as fileiras do inimigo. Através desses diferentes canais Satanás está habilidosamente desperdiçando as posses do povo de Deus, e por causa disso a indignação do Senhor esta sobre eles.” – Testimonies, vol. 1, pp.549-551.
Uma leitura cuidadosa nos habilita a ver as cinco razões dadas por Ellen White para opor-se ao seguro de vida:
1. Sobrecarrega excessivamente os crentes com o mundo.
2. Encoraja um espírito mundano e secular contrários à simplicidade e sinceridade do serviço cristão.
3. Diminui o senso da providência de Deus.
4. Representa uma negação à verdadeira mordomia para com Deus por desviar seus fundos em aventuras arriscadas na esperança de ganho.
5. Manifesta ganância como a especulação em direitos de patentes e invenções.
Baseado numa análise de Ellen White é óbvio que ela considera a participação em seguro de vida tanto uma ameaça à experiência espiritual como deficiente porque é uma aventura especulativa.
Após seu artigo inicial de 1867, Ellen White fez somente referências ocasionais ao seguro de vida em seus escritos. Sua mais recente declaração principal foi dirigida a N. D. Faulkhead, um proeminente trabalhador na Austrália, que além do seu profundo envolvimento com a Maçonaria, fez um seguro no valor de 200 libras. Ellen White, ao instar-lhe a romper sua conexão com a Maçonaria, também o aconselhou a cancelar seu seguro de vida. Respondendo ao seu apelo, Faulkhead escreveu: “Também vi sabedoria em seu testemunho concernente ao seguro de vida. Eu tinha um seguro em um dos escritórios da cidade, e com a ajuda de Deus eu o discontinuei também.” – N. D. Faulkhead para Ellen G. White, 18 de setembro de 1893.
A irmã White escreveu-lhe em resposta dizendo:
“Sua carta foi recebida e lida com profundo interesse. Estou muito agradecida ao nosso bondoso Pai celestial que deu-lhe força através de Sua graça para se libertar da Maçonaria….Alegro-me também que você se desfez do seguro de vida….
A certeza do céu é o melhor seguro de vida que você pode ter. O Senhor prometeu Sua guarda neste mundo, e no mundo porvir Ele prometeu nos dar a vida imortal.” – Carta 21, 1893.
As várias subsequentes referências de Ellen White sobre o seguro de vida não refletem nenhuma explanação filosófica adicional, mas há vários usos metafóricos do termo “seguro de vida,” freqüentemente relacionado à convicção encontrada em 2 Pedro 1:10, 11. Ela escreveu por exemplo:
“Ninguém precisa perder o sono devido a documentos de seguro de vida. Seu direito como herdeiro de Deus, e co-herdeiro com Jesus Cristo é de uma herança incorruptível, imaculada e que não se desvanecerá.” – Ms 63, 1899.
Uma revisão das declarações de Ellen White leva-nos à conclusão de que o seguro de vida como era praticado na sua época, era contrário aos princípios cristãos, tanto do ponto de vista espiritual como administrativo sobre os bens do Senhor.
Práticas de Seguro no Final do Século 19
O período após a Guerra Civil foi uma fase de rápida expansão e inovações tecnológicas nos Estados Unidos. Essa época foi descrita corretamente como um período de oportunismo crescente e especulação completamente não regulada pelo governo. Práticas de
monopolização e a industrialização se concentravam no acúmulo de vastas fortunas pessoais, quase que sem imposto. Os esquemas para enriquecer rapidamente era muito comum, geralmente resultando na perda do investimento. Foi um tempo bem caracterizado pela famosa sátira de P. T. Barnum, “Os trouxas nunca acabarão.”
A inexperiente indústria de seguros estava totalmente envolvida no espírito da época, um espírito imergido na essência do alto risco. Embora grupos de ações de seguro subcapitalizados prometessem rápido enriquecimento, faliam freqüentemente sem aviso prévio, deixando suas apólices sem valor. Ao as companhias tratarem com seus clientes, eram freqüentemente injustas e muitas vezes cometiam fraude. Seguros de vida feitos sob o nome de pessoas totalmente estranhas eram impostas ao público, que era encorajado a investir na esperança de lucrar da morte do assegurado.
Os abusos de tal sistema levou o público a exigir regulamentos do governo. No início de 1906, leis reguladoras federais e estaduais foram designadas para limitar fraudes e exigir das companhias de seguro o cumprimento de práticas corretas.
As companhias de seguros atuais, reguladas intensamente pela lei e agencias governamentais, diferem em aspectos importantes daquelas do final do século 19. O conselho de Ellen White contra investimentos em seguros de vida deve ser entendido no contexto e nas práticas de sua época, para compreendermos propriamente o significado de suas palavras.
Provisão para o Tempo de Necessidade
Ambas, as Escrituras e os escritos de Ellen White eleva a um mandato divino a responsabilidade cristã de proteger e prover para os seus entes queridos. Em ambas, fé e prática, a Bíblia atribui uma responsabilidade primária tal cuidado de parentes próximos. Baseado na autoridade do quinto mandamento “Honra teu pai e tua mãe…,” o apóstolo Paulo salienta a importância deste princípio de maneira enfática. Ele escreveu:
“Mas se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus…. Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Tim. 5:4, 8).
Jesus reforçou o mesmo princípio, referindo-se a isto como o “mandamento de Deus” (Mat.15:6).
Repetidamente Ellen White enfatizou a importância de planejar para as necessidades futuras. Exemplos de tal conselho incluem o seguinte:
“Poderias ter hoje capital para usar em caso de emergência e ajudar a causa de Deus, se tivesse economizado como devias. Cada semana uma parte de teu salário deve ser reservado e de maneira alguma tocado, salvo no caso de real necessidade para devolver ao Doador como oferta a Deus. …
Os recursos que tens conseguido não têm sábia e economicamente gastos, de maneira a deixar margem para, no caso de vires a ficar doente, não ficar tua família privada dos meios para o seu sustento.” – O Lar Adventista, pp. 395, 396.
“Se você e sua esposa tivessem entendido ser um dever que Deus lhe deu negar seus gostos e desejos, e fazer provisões para o futuro, em vez de meramente viver o presente, ….sua família poderia ter tido conforto na vida.” – Testimonies, vol. 2, p. 432.
Através de sua vida Ellen White promoveu como deveres cristãos práticas como diligência, trabalho honesto, exercício da previdência, auto-negação e generosa benevolência para a causa do Senhor. Ela encorajou a aquisição de posses de qualidade e o cuidado delas. Falou
em favor de compra de casas onde isto é possível e aprovou o acúmulo de reservas razoáveis para uso em necessidades. Ela considerava que tais reservas estivessem disponíveis não somente para necessidades pessoais, mas também para expandir a obra de Deus e atender àqueles fora da família que estivessem em dificuldades. Ela via favoravelmente a aquisição de uma casa modesta, mas confortável, para a aposentadoria, e falou do respeito próprio que resultaria de se haver planejado para o futuro. (Ver Testimonies, vol. 7, pp. 291, 292.)
Conclusão
Procurando entender os ensinamentos das Escrituras e os escritos de Ellen White sobre o seguro de vida, muitos adventistas têm-se concentrado nos seus avisos contra o seguro, negligenciando seus testemunhos que visam também fazer provisões para tempos de necessidade. O efeito tem sido privar os membros de benefícios dessa natureza que um planejamento prudente pode suprir.
Sob as atuais condições, a perguntas fundamentais são: As apólices de seguro oferecem um método para suprir as necessidades de emergência que são compatíveis com os princípios cristãos? Podem elas ajudar a resolver as crises surgidas pela deficiência ou morte do provedor sem enfraquecer a fé ou o comprometimento da confiança na providência de Deus? Podem elas auxiliar a cumprir a responsabilidade dada por Deus de proteger os sobreviventes inocentes de tragédias deste perigosos mundo? Podem elas preencher a lacuna criada pelos reduzidos laços familiares deste mundo moderno à medida em que o individualismo aumenta e os programas governamentais desfazem os antigos vínculos?
Uma comissão de estudo da Associação Geral e o Ellen G. White Estate conduziram uma detalhada pesquisa do seguro de vida, resumida em um relatório de 50 páginas publicado em 1957. Suas proposições, baseadas em cuidadosa investigação, provêem uma sólida interpretação dos princípios envolvidos, e devem ser levados em consideração para se chegar à uma conclusão. Estes princípios incluem o seguinte:
1. O Espírito de Profecia aconselha sem hesitação e ensina decididamente que o cristão deve fazer provisões para os “maus dias”. Devemos reconhecer que virá o tempo onde o salário será reduzido ou cessado; e olhando para o futuro, devemos se possível, ter uma quantidade razoável de propriedade e dinheiro em reserva para suprir tais necessidade afim de que “a caridade dos outros não venha sobre nós.”
2. É apropriado ter a segurança de um modesto lar próprio e um investimento financeiro moderado – dinheiro no banco, investido na obra do Senhor, ou em outro investimento seguro.
3. É adequado nos beneficiarmos da proteção oferecida pelo seguro de incêndio e de automóveis.
4. Em qualquer provisão que fizer para o futuro, o cristão tem de estar sempre ciente do cuidado especial e amoroso de Deus sobre seus filhos, e não se esquecer das necessidades da obra de Deus.
5. A família e a igreja têm responsabilidade para com os membros em tempo de necessidade e de luto. O cristão deve partilhar o fardo do seu próximo para que ninguém sofra.
6. A extensão da provisão que deve ser feita para os dias de necessidade e como isso deve ser efetuado fica a critério do indivíduo para resolver cuidadosamente e com oração, com o coração entregue a Deus, e com a determinação que o cumprimento dessas responsabilidades, cada passo será dado em harmonia com a vontade de Deus.
7. Os conselhos dados sobre o seguro de vida pelo Espírito de Profecia na década de 1860 foram dados num período em que seguro de vida era descontrolado, e muitas vezes lidado por interesses de “caloteiros”, como um jogo desonesto num esquema de rápido enriquecimento.
8. Apesar dos conselhos do Espírito de Profecia entre os anos de 1867 e 1909 terem continuado a ser consistentes em desencorajar seguro de vida, deve ser reconhecido que nos Estados Unidos tal seguro ficou sob o controle de leis bancárias estaduais somente a partir de 1906. Até 1910 algumas companhias ainda estavam envolvidas em práticas duvidosas e freqüentemente desonestas. Entretanto, após 1909, não houve declarações de Ellen White sobre seguros de vida.
9. Vários planos de poupança e seguro que hoje são definidos como “seguro de vida”, protegidos por leis estaduais decretadas cuidadosamente, e sujeitas à inspeção rigorosa de autoridades estaduais, são geralmente consideradas seguros investimentos e mais sólidas do que muitos outros investimentos.
10. Na maioria dos assim chamados planos de seguro, como são escritos hoje, o princípio de reservar algo para dias de necessidade e também de partilhar o fardo com o próximo está sendo executado. O círculo atinge além da família ou igreja, um grande número de pessoas, equilibrando assim as responsabilidades e minimizando as despesas.
11. Seguro de saúde é também outra maneira de nivelar o que pode ser altas despesas. Nesse caso também um grande número de pessoas dividem as responsabilidades uns dos outros.
12. Seguro para funerais provê um meio onde os gastos agora relacionados com a morte é provido de maneira certa e segura através do pagamento adiantado por um período de anos.
13. Institutos funerários, no qual um grande número de pessoas participam seja por dívida ou taxa por ocasião da morte de um membro são uma maneira de dividir sistematicamente os gastos de tal maneira que levamos as cargas uns dos outros. Através de um plano bem organizado fazemos a provisão apropriada para uma despesa que tem de ser paga.
14. O INSS é reconhecido pela igreja como um plano onde o empregador e o empregado se unem em economizar sistematicamente que estará à disposição em tempo de necessidade,
seja na aposentadoria ou morte.
15. Esses diferentes planos proporcionam exatamente para os membros leigos o que a denominação (IAJA) – introduzido pelo Espírito de Profecia – tem fornecido por muitos anos para ministros e outros funcionários da denominação. Esse é um plano, no qual uma
porcentagem regular da folha de pagamento de várias organizações de trabalho é acumulada num fundo centralizado que é para ser desembolsado em pagamentos mensais ao aposentado ou ao trabalhador incapacitado ou suas viúvas, em situações de dificuldade, para gastos extras com médico e funeral.
16. Apesar de oficialmente não encorajar nem desencorajar seus membros quanto a diferentes tipos de seguro, a igreja adventista do sétimo dia através de votos da Comissão da Conferência Geral em Concílio Anual aprovou formalmente planos de seguridade social e de benefício para sobreviventes.
17. Na escolha do método empregado para prover “um capital para usar em caso de emergência” (O Lar Adventista, p. 395), seja qual for o método, um cuidado especial deve ser tomado em buscar e seguir os conselhos dos mais experientes em quem se pode confiar para obter uma direção segura.
18. Independente da reserva que o provedor faça em preparo para o dia de adversidade financeira ou renda reduzida, ele deve guardar-se cautelosamente contra atitudes que podem leva-lo ao amor ao dinheiro, ou a colocar sua confiança naquilo que ele criou com suas próprias mãos, prejudicando assim, uma íntima comunhão com seu Criador e Redentor.
19. O Senhor, através dos conselhos do Espírito de Profecia, nos deu muitos conselhos e diretrizes sobre a nossa responsabilidade financeira de mordomia, deixando claro nossas obrigações para com Deus, com nossa família, nossos irmãos da igreja e nosso próximo. Esses conselhos devem ser cuidadosamente estudados, reestudados e absorvidos, para que acumulemos tesouro no céu, e não sejamos seduzidos pelos enganos de Satanás.
Recomendado:
1. Advertir todos os crentes, especialmente aqueles que tem a responsabilidade financeira da família, efetuar uma reserva bem planejada para situações de emergência que podem afetar eles próprios e suas famílias.
2. Assegurar-se de que os seguros de vida não têm nenhum conflito com os princípios cristãos como meios legítimos de prover para tempos de necessidade.
3. Ponderar que as decisões quanto à extensão de como o seguro será usado para contribuir para o planejamento financeiro da família é uma questão de consciência pessoal, e que a igreja não deve tomar qualquer posição oficial nesse aspecto.
4. Aconselhar que o ato de economizar para o futuro não dá qualquer direto ao exercício da ganância.
5. Recomendar àqueles que planejam assegurar o futuro, evitarem que motivos egocêntricos venham a ser parte de seu planejamento.
6. Educar os membros da igreja através do ministério da mordomia referente a sólidos princípios em planejamento financeiro familiar.
7. Não tomar qualquer medida como igreja quanto a estabelecer ou promover qualquer forma de seguro de vida em comum para os membros.
Aprovado pelos oficiais da Conferência Geral, 1985.
Fonte: Biblical Research Institute
A Posição da Igreja Adventista quanto às Mudanças Climáticas
Os cientistas advertem que o gradual aquecimento da atmosfera como resultado da atividade humana trará sérias conseqüências ambientais. O clima irá se alterar, resultando em mais tempestades, mais inundações e mais secas.
A fim de manter a alteração climática dentro de limites suportáveis as emissões de gases de estufa, principalmente dióxido de carbono (CO2), precisam ser reduzidas significativamente.
Os países industrializados são a principal fonte dessas emissões, ao passo que as primeiras vítimas são os pequenos estados insulares e os países litorâneos não muito acima do nível do mar. A despeito dos riscos evidentes, os governos parecem lentos em agir.
Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia em todo o mundo solicitam que os governos envolvidos tomem medidas necessárias para evitar o perigo. Os governos devem:
1. Cumprir o acordo assinado no Rio de Janeiro (Convenção de 1992 sobre Mudanças Climáticas), a fim de estabilizar as emissões de dióxido de carbono por volta do ano 2000 a níveis de 1990.
2. Estabelecer planos para maiores reduções das emissões de dióxido de carbono após o ano 2000.
3. Iniciar debates públicos mais eficazes sobre os riscos das mudanças climáticas.
Assinando esta declaração, os adventistas declaram sua defesa de um estilo de vida simples e saudável, em que as pessoas não entram na rotina do consumismo desenfreado e da produção de desperdícios. Eles pedem respeito à Natureza, moderação no uso dos recursos mundiais e reavaliação de nossas necessidades como indivíduos.
Esta declaração foi aprovada e votada pela Comissão Administrativa da Associação Geral, em 19 de dezembro de 1995.
Fonte: Declarações da Igreja
Nota: Esta declaração, assim como muitas outras sobre meio ambiente e outras questões fundamentais, reafirmam a preocupação da Igreja Adventista do Sétimo Dia com o bem-estar integral do ser humano e, desta forma, uma cobrança sistemática junto aos governantes de leis e mecanismos que garantam esta boa qualidade de vida com a devida proteção a todos os seres vivos. Isso, também, sinaliza a posição de vanguarda desta Igreja nestas questões; muito antes destes temas estarem na ordem do dia em termos de discussão mundial, a Igreja Adventista já os abordava – pregando e orientando os seus fiéis quanto ao devido respeito à Natureza como um dos “compêndios” que nos leva guia ao Criador.
A Posição da Igreja Adventista quanto a Dependência Química
A Igreja Adventista do Sétimo Dia, organizada oficialmente em 1863, tratou no início de sua história do uso de fumo e bebidas alcoólicas.
A igreja condenou o uso de ambos como destrutivos à vida, à família e à espiritualidade. Adotou, na prática, uma definição de temperança que enfatizava “total abstinência do que é prejudicial, e uso cuidadoso e judicioso daquilo que é bom”.
A posição da igreja com respeito ao uso do álcool e do fumo não mudou. Em décadas recentes, ela tem promovido ativamente a educação antiálcool e antidrogas dentro da igreja, e, em união com outras agências, tem educado a comunidade mais ampla na prevenção do alcoolismo e dependência de drogas.
A igreja criou um “Programa para Deixar de Fumar” no início da década de 1960 que teve um alcance mundial e tem ajudado dezenas de milhares de Fumantes a se libertarem do vício. Originalmente conhecido como “Plano para Deixar de Fumar em Cinco Dias”, pode ser considerado o mais bem-sucedido de todos os programas antitabágicos.
A criação em laboratórios de centenas de novas drogas e a redescoberta e popularização de antigas substâncias químicas naturais como a maconha e a cocaína agravou um problema outrora simples e apresenta um crescente desafio à igreja e à sociedade. Em uma sociedade que tolera e mesmo promove o uso de drogas, o vício é uma crescente ameaça.
Redobrando seus esforços no campo da prevenção da dependência, a igreja está desenvolvendo novos currículos para suas escolas e programas de apoio para ajudar os jovens a permanecer abstinentes.
A igreja está também procurando ser uma voz influente em chamar a atenção da mídia, das autoridades públicas e dos legisladores para o dano que a sociedade está sofrendo com a contínua promoção e distribuição do álcool e do fumo.
A igreja continua crendo que a instrução de Paulo em I Coríntios 6:19 e 20 é aplicável ainda hoje: “o nosso corpo é o santuário do Espírito Santo”; devemos glorificar a Deus em nosso corpo. Pertencemos a Deus e somos testemunhas de Sua graça. Devemos esforçar-nos para estar na melhor forma, física e mental, a fim de que possamos desfrutar Sua comunhão e glorificar o Seu nome.
Esta declaração foi liberada pelo então presidente da Associação Geral, Neal C. Wilson, após consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista, em 5 de julho de 1990, durante a assembléia da Associação Geral realizada em Indianápolis, Indiana.
Fonte: Declarações da Igreja
A Posição da Igreja Adventista Sobre o Porte de Armas
As armas automáticas ou semi-automáticas de estilo militar estão se tornando cada vez mais disponíveis aos civis. Em algumas regiões do mundo é relativamente fácil a aquisição de tais armas.
Elas aparecem não apenas nas ruas, mas também nas mãos de jovens nas escolas. Muitos crimes são cometidos por meio do uso dessas armas. São feitas para matar e não têm nenhuma utilidade recreativa legítima.
Os ensinos e o exemplo de Cristo constituem a norma e o guia para o cristão de hoje. Cristo veio ao mundo para salvar vidas, não para destruí-las (Lucas 9:56). Quando Pedro sacou de sua arma, Jesus lhe disse: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão” (Mateus 26:52). Jesus não Se envolvia em violência.
Alguns argumentam que a interdição das armas de fogo limita os direitos das pessoas e que as armas não cometem crimes, mas sim as pessoas. Embora seja verdade que a violência e as inclinações criminosas conduzem às armas, também é verdade que a disponibilidade das armas leva à violência.
A oportunidade de civis comprarem ou adquirirem de outro modo as armas automáticas ou semi-automáticas apenas aumenta o número de mortes resultantes dos crimes humanos. A posse de armas de fogo por civis nos Estados Unidos aumentou a uma estimativa de 300 por cento nos últimos quatro anos. Durante o mesmo período, houve um assombroso aumento de ataques armados e, conseqüentemente, mortes.
Na maior parte do mundo, as armas não podem ser adquiridas por nenhum meio legal. A igreja vê com alarme a relativa facilidade com que elas podem ser adquiridas em algumas regiões. Sua acessibilidade só pode abrir a possibilidade de mais tragédias.
A busca da paz e a preservação da vida devem ser os objetivos do cristão. O mal não pode ser combatido eficazmente com o mal, mas deve ser vencido com o bem. Os adventistas, como outras pessoas de boa vontade, desejam cooperar na utilização de todos os meios legítimos para reduzir e eliminar, onde possível, as causas fundamentais do crime.
Além disso, tendo-se em mente a segurança pública e o valor da vida humana, a venda de armas de fogo automáticas ou semi-automáticas deveria ser estritamente controlada. Isso reduziria o uso de armas por pessoas mentalmente perturbadas e por criminosos, principalmente aqueles envolvidos com drogas e atividades de quadrilhas.
Esta declaração foi liberada peio então presidente da Associação Geral, Neal C. Wilson, após consulta com os 16 vice-presidentes da Igreja Adventista, em 5 de julho de 1990, durante a assembléia da Associação Geral realizada em Indianápolis, Indiana.
A Posição da Igreja Adventista Sobre a Aids
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e as condições a ela relacionadas estão se espalhando rapidamente ao redor do mundo. Com base em estudos estatísticos, estima-se que no futuro próximo, em muitos países do mundo, cada congregação da igreja com cem membros ou mais terá pelo menos um amigo ou parente com Aids.
A Aids é transmitida principalmente através de dois meios básicos: intimidade sexual com uma pessoa contaminada e introdução de sangue contaminado com HIV (iniciais, em inglês, de vírus da imunodeficiência humana) no corpo, seja por meio de injeções com agulhas e seringas não esterilizadas, seja por meio de produtos derivados de sangue contaminado.
A Aids pode ser prevenida evitando o contato sexual antes do casamento e mantendo um relacionamento monogâmico fiel no matrimônio com uma pessoa não-contaminada, e evitando o uso de agulhas não esterilizadas em injeções e garantindo a segurança dos produtos de sangue.
Os adventistas estão comprometidos com a educação para a prevenção da Aids. Durante muitos anos, os adventistas têm lutado e continuam lutando contra a circulação, a venda e o uso de drogas. Eles apóiam a educação sexual que inclui o conceito de que a sexualidade humana é um dom de Deus à humanidade.
A sexualidade bíblica limita claramente as relações sexuais a um cônjuge e exclui os relacionamentos promíscuos e todos os outros tipos de relações e o conseqüente aumento de exposição ao HIV.
A reação cristã à Aids deve ser pessoal — compassiva, prestimosa e redentora. Assim como Jesus cuidava daqueles que tinham lepra, a temida enfermidade transmissível dos Seus dias, Seus seguidores hoje cuidarão daqueles que têm Aids. Tiago admoesta: “Que bem existe em lhes dizer: Que Deus os abençoe! Agasalhem-se e comam bem! — se vocês não dão a eles o que precisam para viver?” (Tiago 2:16).
Esta declaração foi liberada pelo então presidente da Associação Geral, Neal C. Wdson, depois de consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista, em 5 de julho de 1990, durante a assembléia da Associação Geral realizada em Indianápolis, Indiana.
Fonte: “Declarações da Igreja”.
A Posição da Igreja Adventista em Relação às Outras Igrejas Cristãs
A fim de evitar males-entendidos ou atritos em nossas relações com outras igrejas e organizações religiosas cristãs, apresentamos as seguintes diretrizes:
1. Reconhecemos aquelas agências que exaltam a Cristo diante das pessoas como parte do plano divino para a evangelização do mundo e temos em alta estima os homens e mulheres cristãos de outras denominações que estão empenhados em ganhar almas para Cristo.
2. Quando a obra fora de nossa divisão nos põe em contato com outras sociedades e organismos religiosos cristãos, o espírito de cortesia cristã, franqueza e justiça deve prevalecer em todas as ocasiões.
3. Reconhecemos que a verdadeira religião baseia-se na consciência e na convicção. Portanto, deve ser nosso constante propósito que nenhum interesse egoísta ou vantagem temporal atraia qualquer pessoa para nossa comunhão e que nenhum vínculo retenha qualquer membro a não ser a convicção de que deste modo é encontrada a verdadeira comunhão com Cristo.
Se a mudança de convicção levar um membro de nossa igreja a não se sentir mais em harmonia com a fé e a prática adventistas, reconhecemos não somente o seu direito mas também a sua responsabilidade de mudar, sem opróbrio, sua filiação religiosa, conforme suas crenças. Esperamos que outros organismos religiosos atuem no mesmo espírito de liberdade religiosa.
4. Antes de admitir membros de outras organizações religiosas como membros de nossa igreja, deve ser exercido cuidado para verificar se os candidatos são movidos a mudar sua filiação religiosa por convicção religiosa em consideração à sua relação pessoal com Deus.
5. Uma pessoa sob censura de outra organização religiosa por transgressão claramente confirmada dos princípios morais ou do caráter cristão não será considerada candidata aceitável para ser membro da Igreja Adventista até que haja evidência de arrependimento e reforma.
6. A Igreja Adventista não pode limitar sua missão a áreas geográficas restritas, devido à sua compreensão do mandato da comissão evangélica. Na providência de Deus e no desenvolvimento de Sua obra em prol da humanidade, organismos denominacionais e movimentos religiosos têm surgido de vez em quando para dar ênfase especial a diferentes fases da verdade do evangelho.
Na origem e surgimento do povo adventista, foi posta sobre nós a responsabilidade de enfatizar o evangelho da segunda vinda de Cristo como um acontecimento iminente. Isso requer a proclamação das verdades bíblicas no contexto da mensagem especial de preparação conforme descrita na profecia bíblica, principalmente em Apocalipse 14:6-14.
Esta mensagem comissiona a pregação do “evangelho eterno a toda nação e tribo e língua e povo”, chamando para ela a atenção de todas as pessoas, em toda parte. Qualquer restrição que limite o testemunho a áreas geográficas específicas se torna, portanto, uma redução da comissão ‘ evangélica. A Igreja Adventista também reconhece o direito de outras crenças religiosas operarem sem restrições geográficas.
Este é o texto do regulamento no 75 do Livro de Regulamentos da Associação Geral.
A Posição da Igreja Adventista Quanto ao Cigarro
O cigarro é a maior causa evitável de morte no mundo. É um conceito ético universal de que a prevenção é melhor do que a cura. No que concerne ao fumo, muitos países se defrontam com um paradoxo ético: conquanto muitas décadas de pesquisa tenham apresentado incontestável evidência dos danos causados à saúde pelo cigarro, a indústria do fumo ainda floresce, freqüentemente com apoio tácito ou aberto do governo. A ética do fumar torna-se ainda mais séria pelas alarmantes revelações acerca dos óbitos e riscos à saúde causados pelo fumar indiretamente ou “de segunda mão”. Uma questão séria de ética internacional é a exportação de cigarros para os países em desenvolvimento, principalmente cigarros com mais elevados teores de elementos letais do que o admissível em qualquer outro lugar.
Por mais de um século, a Igreja Adventista tem advertido seus jovens e o público em geral quanto à natureza viciante e destruidora da saúde que é própria do cigarro. Os cigarros constituem um risco mundial à saúde por causa da combinação do hábito associado à ganância econômica da indústria do fumo e de outros segmentos do mercado.
Os adventistas crêem que a ética da prevenção requer planos públicos de ação que reduzam o fumo, tais como:
1. Proibição uniforme de toda propaganda de cigarro.
2. Leis protegendo as crianças e os jovens que estão sendo alvo da indústria do fumo.
3. Leis mais estritas proibindo fumar em lugares públicos.
4. Uso mais agressivo e sistemático da mídia a fim de educar os jovens quanto aos riscos do cigarro. 5. Impostos substancialmente mais altos sobre cigarros. 6. Regulamentos exigindo que a indústria do fumo pague pelos custos do cuidado da saúde associados ao uso de seus produtos. Iniciativas como estas salvariam milhões de vidas por ano.
Esta declaração foi aprovada e votada pela Comissão Administrativa da Associação Geral para ser divulgada pelo gabinete do então presidente Robert S. Folkenberg durante o Concílio Anual em São José, Costa Rica, de 1o de outubro de 1996.
A Posição da Igreja Adventista Sobre o Racismo
Um dos males mais odiosos dos nossos dias e o racismo, a crença ou prática que vê ou trata certos grupos étnicos como inferiores e, portanto, objetos de dominação, discriminação e segregação.
Embora o pecado do racismo seja um fenômeno antiqüíssimo baseado na ignorância, no medo, na alienação e no falso orgulho, algumas das suas mais hediondas manifestações têm ocorrido em nosso tempo O racismo e os preconceitos irracionais operam em um circulo vicioso.
O racismo está entre os piores dos arraigados preconceitos que caracterizam seres humanos pecaminosos. Suas conseqüências são geralmente devastadoras, porque o racismo facilmente torna-se permanentemente institucionalizado e legalizado. Em suas manifestações extremas, ele pode levar à perseguição sistemática e mesmo ao genocídio.
A Igreja Adventista condena todas as formas de racismo, inclusive a atuação política do apartheid, com sua segregação forçada e discriminação legalizada.
Os adventistas querem ser fiéis ao ministério reconciliador designado à igreja cristã. Como uma comunidade mundial de fé, a Igreja Adventista deseja testemunhar e exibir em suas próprias fileiras a unidade e o amor que transcendem as diferenças raciais e sobrepujam a alienação do passado entre os povos.
As Escrituras ensinam claramente que todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus, que “de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra” (Atos 17:26). A discriminação racial é uma ofensa contra seres humanos iguais, que foram criados à imagem de Deus. Em Cristo, “não há judeu nem grego”(Gál. 3:28). Portanto, o racismo é realmente uma heresia e em essência uma forma de idolatria, pois limita a paternidade de Deus, negando a irmandade de toda a espécie humana e exaltando a superioridade racial de alguém.
A norma para os adventistas está reconhecida na Crença Fundamental no 13 da Igreja, “Unidade no Corpo de Cristo”, baseada na Bíblia. Ali é salientado: “Em Cristo somos uma nova criação; distinções de raça, cultura e nacionalidade, e diferenças entre altos e baixos, ricos e pobres, homens e mulheres, não devem ser motivo de dissensões entre nós. Todos somos iguais em Cristo, o qual por um só Espírito nos uniu numa comunhão com Ele e uns com os outros; devemos servir e ser servidos sem parcialidade ou restrição.”
Qualquer outra abordagem destrói o âmago do evangelho cristão.
Esta declaração foi liberada por Neal C. Wilson, então presidente da Associação Geral, após consulta com os 16 vice-presidentes mundiais da Igreja Adventista, em 27 de junho de 1985, durante a assembléia da Associação Geral realizada em Nova Orleans, Louisiana.
A Posição da Igreja Adventista Sobre a Homossexualidade
A Igreja Adventista reconhece que cada ser humano é precioso à vista de Deus. Por isso, buscamos ministrar a todos os homens e mulheres no espírito de Jesus. Cremos também que, pela graça de Deus e com o apoio da comunidade da fé, uma pessoa pode viver em harmonia com os princípios da Palavra de Deus.
Os adventistas crêem que a intimidade sexual é apropriada unicamente no relacionamento conjugal entre homem e mulher. Esse foi o desígnio estabelecido por Deus na criação. As Escrituras declaram: “Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gên. 2:24). Esse padrão heterossexual é confirmado em todas as Escrituras.
A Bíblia não faz ajustes para incluir atividades ou relacionamentos homossexuais. Os atos sexuais praticados fora do círculo do casamento heterossexual estão proibidos (Lev. 20:7-21; Rom. 1:24- 27; 1 Cor. 6:9-11).
Jesus Cristo reafirmou o propósito da criação divina quando disse: “Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se uma só carne? Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mat. 19:4-6). Por esse motivo, os adventistas opõem-se às práticas e relacionamentos homossexuais.
Os adventistas empenham-se por seguir a instrução e o exemplo de Jesus. Ele afirmou a dignidade de todos os seres humanos e estendeu a mão compassivamente a todas as pessoas e famílias que sofriam a conseqüência do pecado. Desenvolveu um ministério solícito e proferiu palavras de conforto às pessoas que enfrentavam dificuldades. Mas fez distinção entre Seu amor pelos pecadores e Seus claros ensinos sobre as práticas pecaminosas.
Esta declaração foi votada em 3 de outubro de 1999, durante o Concílio Anual da Comissão Executiva da Associação Geral realizado em Silver Spring, Maryland.
A Posição da Igreja Adventista em Relação ao Cuidado dos Pacientes Terminais
Para as pessoas guiadas pela Bíblia, a realidade da morte é reconhecida como parte da atual condição humana, afetada pelo pecado (Gên. 2:17; Rom. 5; Heb. 9:27). “Há tempo de nascer, e tempo de morrer” (Ecl. 3:2).
Embora a vida eterna seja um dom concedido a todos os que aceitam a salvação por meio de Jesus Cristo, os fiéis cristãos aguardam a segunda vinda de Jesus para a completa possessão de sua imortalidade (João 3:36; Rom. 6:23; 1 Cor. 15:51-54).
Enquanto esperam pela volta de Jesus, os cristãos podem ser chamados a cuidar dos pacientes terminais ou mesmo a enfrentar sua própria morte.
A dor e o sofrimento afligem a vida de cada ser humano. Os traumas físicos, mentais e emocionais são universais. Contudo, o sofrimento humano não tem qualquer valor meritório ou expiatório.
A Bíblia ensina que nenhuma quantidade ou intensidade de sofrimento humano pode expiar o pecado. Apenas o sofrimento de Jesus Cristo é suficiente. As Escrituras exortam os cristãos a não se desesperarem nas aflições, instando com eles a que aprendam a obediência (Heb. 5:7 e 8), a paciência (Tia. 1:2-4) e a perseverança nas tribulações (Rom. 5:3).
A Bíblia também testifica do poder triunfante de Jesus Cristo (João 16:33) e ensina que o ministério ao sofrimento humano é um importante dever cristão (Mat. 25:34-40). Este foi o exemplo e o ensino de Jesus (Mat. 9:35; Luc. 10:34-36), e esta é a Sua vontade para nós (Luc. 10:37). O cristão olha com antecipação para um novo dia em que Deus porá fim ao sofrimento para sempre (Apoc. 2 1:4).
O progresso da medicina moderna tem contribuído para a complexidade de decisões acerca do cuidado de pacientes terminais. No passado, pouco podia ser feito para prolongar a vida humana. Mas a capacidade da medicina atual para prevenir a morte tem gerado dificuldades morais e questões éticas. Que restrições coloca a fé cristã sobre o uso de tal capacidade? Quando deve o objetivo de protelar o momento da morte dar lugar ao objetivo de aliviar a dor no final da vida? Quem pode apropriadamente tomar estas decisões? Que limites, se há algum, deve o amor cristão colocar sobre procedimentos destinados a pôr fim ao sofrimento humano?
Tornou-se comum discutir a eutanásia. Muita confusão existe a respeito dessa palavra. O significado original e literal do termo era “boa morte”: Agora, o termo é usado de duas maneiras significativamente diferentes. Com freqüência, fala-se da eutanásia ativa” ou “morte misericordiosa”, o tirar intencionalmente a vida de um paciente a fim de evitar a morte dolorosa ou aliviar os encargos para a família ou a sociedade.
Contudo, usa-se também a expressão “eutanásia passiva” (impropriamente, na visão dos adventistas) para se referir à recusa ou retirada de intervenções médicas que artificialmente prolongam a vida humana, permitindo desse modo que a pessoa morra naturalmente.
Os adventistas crêem que permitir que um paciente morra, privando-o de intervenções médicas que apenas prolongam o sofrimento e adiam o momento da morte, é moralmente diferente de medidas que têm como intenção primária tirar diretamente a vida.
Os adventistas procuram tratar os problemas éticos do final da vida de maneiras que demonstrem sua fé em Deus como o Criador e Redentor da vida e que revelem como a graça de Deus os têm habilitado para atos de amor ao próximo. Enfatizam a criação da vida humana por Deus, um maravilhoso dom digno de ser protegido e mantido (Gên. 1 e 2). Também enfatizam o maravilhoso dom da redenção oferecido por Deus e que provê vida eterna para aqueles que crêem (João 3:15; 17:3).
Portanto, eles apóiam o uso da medicina moderna para prolongar a vida humana. Todavia, essa habilidade deve ser utilizada de maneira compassiva que revele a graça divina, minimizando o sofrimento. Sendo que temos a promessa de Deus de vida eterna na Terra renovada, os cristãos não precisam apegar-se ansiosamente aos últimos vestígios de vida neste mundo. Nem é necessário aceitar ou oferecer todos os tratamentos médicos possíveis, que meramente prolongam o processo de morrer.
Os adventistas têm o compromisso de cuidar da pessoa como um todo. Eles estão preocupados com o cuidado físico, emocional e espiritual dos pacientes terminais. Para isso, oferecem os seguintes princípios baseados na Bíblia:
1. Uma pessoa que se aproxima do final da vida e é capaz de compreender merece saber a verdade acerca de sua condição, as opções de tratamento e os possíveis resultados. A verdade não deve ser negada, mas partilhada com amor cristão e sensibilidade adequada às circunstâncias pessoais e culturais do paciente (Efés. 4:15).
2. Deus concedeu aos seres humanos a liberdade de escolha e pede-lhes que a usem responsavelmente. Os adventistas crêem que a liberdade se estende às decisões quanto ao tratamento médico. Depois de buscar a orientação divina, considerar os interesses daqueles que são afetados pela decisão (Rom. 14:7) e pesar o conselho médico, a pessoa que é capaz de decidir deve determinar se aceita ou rejeita as intervenções médicas que prolongam a vida. Essas pessoas não devem ser forçadas a submeter-se a tratamento médico que acham inaceitáveis.
3. O plano divino é que as pessoas vivam dentro de uma comunidade familiar e de fé. As decisões sobre a vida humana são melhor tomadas dentro do contexto de saudáveis relações familiares depois de considerar o conselho médico (Gên. 2:18; Mar. 10:6-9; Exo. 20:12; Efés. 5 e 6).
Quando um paciente terminal é incapaz de dar consentimento ou expressar preferências concernentes à intervenção médica, tais decisões devem ser tomadas por alguém escolhido pelo próprio paciente. Se ninguém foi escolhido, alguém próximo a ele deve tomar a decisão.
Exceto em circunstâncias extraordinárias, os profissionais médicos ou legais devem acatar decisões sobre intervenções médicas para um paciente terminal feitas por aqueles que são os mais próximos ao indivíduo. Os desejos ou decisões do indivíduo deveriam ser escritos e estar de acordo com as normas legais vigentes.
4. O amor cristão é prático e responsável (Rom. 13:8-10; 1 Cor. 13; Tia. 1:27; 2:14-17). O amor não nega a fé nem nos obriga a oferecer ou aceitar intervenções médicas cujos agravantes superem os prováveis benefícios. Por exemplo, quando o tratamento médico meramente preserva as funções físicas, sem esperança de retorno do paciente à consciência mental, é fútil e pode, em sã consciência, ser recusado ou removido.
Semelhantemente, os tratamentos médicos que visam prolongar a vida podem ser omitidos ou descontinuados se apenas contribuem para o sofrimento do paciente ou prolongam desnecessariamente o processo da morte. Qualquer atitude tomada deve estar em harmonia com as injunções legais
5. Conquanto o amor cristão possa levar à recusa ou retirada de intervenções médicas que apenas aumentem o sofrimento ou prolonguem a condição de moribundo, os adventistas não praticam a “morte misericordiosa”, nem auxiliam no suicídio (Gên. 9:5 e 6; Exo. 20:13; 23:7). Eles se opõem à eutanásia ativa, o tirar intencionalmente a vida de uma pessoa sofredora ou moribunda.
6. A compaixão cristã demanda o alívio do sofrimento (Mat. 25:34-40; Luc. 10:29-37). No cuidado dos moribundos, é responsabilidade do cristão aliviar a dor e o sofrimento ao máximo possível, sem utilizar a eutanásia ativa. Quando está claro que a intervenção médica não vai curar o paciente, o objetivo primário da assistência deve ser substituído pelo alívio do sofrimento.
7. O princípio bíblico de justiça prescreve que deve ser dada assistência adicional às necessidades daqueles que estão indefesos e dependentes (Sal.82:3 e 4; Prov. 24:11 e 12; Isa. 1:1-18; Miq. 6: 8; Luc. 1:52-54). Por causa de sua condição vulnerável, deve-se tomar cuidado especial para assegurar que os moribundos sejam tratados com respeito por sua dignidade e sem injusta discriminação. O cuidado pelos moribundos deve basear-se em suas necessidades médicas e espirituais e suas escolhas expressas, e não em percepções do seu valor social (Tia. 2:1-9).
À medida que os adventistas procuram aplicar esses princípios, eles obtêm esperança e coragem pelo fato de saberem que Deus responde às orações de Seus filhos e é capaz de operar miraculosamente por seu bem-estar (Sal. 103:1-5; Tia. 5:13-16). Seguindo o exemplo de Jesus, também oram para aceitar a vontade de Deus em todas as coisas (Mat. 26:39). Confiam que podem invocar o poder de Deus para ajudá-los a cuidar das necessidades físicas e espirituais dos sofredores e moribundos. Sabem que a graça divina é suficiente para habilitá-los a suportar a adversidade (Sal. 50:14 e 15). Crêem que a vida eterna para todos os que têm fé em Jesus está assegurada no triunfo do amor de Deus.
Esta declaração de consenso foi aprovada e votada pela Comissão Executiva da Associação Geral em 9 de outubro de 1992, durante sessão do Concílio Anual realizado em Silver Spring, Maryland.
A Posição da Igreja Adventista Quanto ao Controle de Natalidade
As tecnologias científicas de hoje permitem um maior controle da fertilidade e da reprodução humana do que no passado. Essas tecnologias tornam possível a relação sexual com uma expectativa muito reduzida de gravidez e de nascimentos.
O casal cristão tem o potencial de controlar a fertilidade, o que tem levado a muitos questionamentos com uma ampla gama de implicações religiosas, médicas, sociais e políticas. As novas técnicas oferecem oportunidades e benefícios, mas também apresentam desafios e desvantagens.
Várias questões morais devem ser consideradas. Os cristãos, que têm a palavra final em sua escolha pessoal quanto a essas questões, devem ser instruídos a fim de que possam tomar decisões sólidas baseadas em princípios bíblicos.
Entre as questões a serem consideradas, está o debate quanto a se é ou não apropriada a intervenção humana no processo biológico natural de reprodução humana. Se qualquer intervenção for apropriada, então devem ser tratadas as questões adicionais quanto ao que, quando e como. Outras preocupações relacionadas incluem:
- A probabilidade do aumento da imoralidade sexual com a disponibilidade e o uso que os métodos contraceptivos podem promover.
– O domínio de um dos sexos quanto aos privilégios e prerrogativas sexuais tanto do homem quanto da mulher.
- O debate sobre o direito de uma sociedade limitar a liberdade pessoal no interesse da coletividade, e a discussão sobre o apoio econômico e educacional para os que estão em desvantagens.
- Aspectos relacionados com o crescimento populacional e o uso dos recursos naturais.
Entendemos que uma declaração com considerações morais sobre o controle da natalidade deve ser vista dentro de um contexto mais amplo dos ensinamentos bíblicos sobre a sexualidade, o casamento, a paternidade e o valor dos filhos, e que deve haver uma compreensão da inter-relação dessas questões.
Cientes da diversidade de opiniões na igreja, os seguintes princípios bíblicos são estabelecidos para instruir e pautar a tomada de decisões.
1. Mordomia responsável. Deus criou os seres humanos à Sua própria imagem, homem e mulher, com a faculdade de pensar e de tomar decisões (Isa. 1:18; Jos. 24:15; Deut. 30:15-20). Deus deu aos seres humanos o domínio sobre a Terra (Gên. 1:26 e 28). Esse domínio requer a supervisão e o cuidado da natureza.
A mordomia cristã também requer que se assuma a responsabilidade pela procriação humana. A sexualidade, como um dos aspectos da natureza humana sobre o qual o indivíduo exerce mordomia, deve ser expressa em harmonia com a vontade de Deus (Êxo. 20:14; Gên. 39:9; Lev. 20:10-21; 1 Cor. 6:12-20).
2. Propósito da reprodução. A perpetuação da família humana é um dos propósitos de Deus para a sexualidade humana (Gên. 1:28). Embora, de forma geral, possamos inferir que o casamento destina-se a produzir descendentes, a Escritura nunca apresenta a procriação como uma obrigação do casal a fim de agradar a Deus.
Contudo, a Revelação divina confere um elevado valor aos filhos e expressa a alegria encontrada na paternidade (Mat. 19:14; Sal. 127:3). Ter e educar filhos ajuda os pais a entenderem a Deus e a desenvolverem compaixão, solicitude, humildade e abnegação (Sal. 103:13; Luc. 11:13).
3. Propósito unificador. A sexualidade tem um propósito unificador no casamento, ordenado por Deus, e diferente do propósito reprodutivo (Gên. 2:24). A sexualidade no casamento destina-se a incluir alegria, prazer e deleite (Ecl. 9:9; Prov. 5:18 e 19; Can. 4:16-5:1). E propósito de Deus que os casais mantenham comunhão sexual além da procriação (1 Cor. 7:3-5), uma comunhão que estabeleça laços fortes e que proteja os cônjuges de um relacionamento impróprio com outra pessoa (Prov. 5:15-20; Cant. 8:6 e 7). No propósito de Deus, a intimidade sexual não se destina apenas à concepção. A Escritura não proíbe o casal de desfrutar das delícias da relação conjugal, enquanto tomam medidas contraceptivas.
4. Liberdade de escolha. Na criação — e novamente pela redenção provida por Cristo — Deus deu ao ser humano a liberdade de escolha, e pede que a empreguem com responsabilidade (Gál. 5:1 e 13).
No plano divino, marido e mulher constituem uma unidade familiar única, tendo ambos a liberdade e a responsabilidade de tomarem decisões sobre sua família (Gên. 2:24). Os cônjuges devem levar um ao outro em conta ao tomarem decisões sobre o controle da natalidade, estando dispostos a considerar as necessidades do outro e também as suas próprias (Fil. 2:4).
Para o casal que decide ter filhos, a escolha da procriação deve ter limites. Vários fatores devem nortear sua escolha, incluindo a capacidade de atender as necessidades dos filhos (1 Tim. 5:8); a saúde física, emocional e espiritual da mãe (III João 2; 1 Cor. 6:19; Fil. 2:4; Efés. 5:25); as circunstâncias sociais e políticas nas quais os filhos nascerão (Mat. 24:19); e a qualidade de vida e os recursos globais disponíveis. Somos mordomos da criação de Deus e, portanto, devemos ir além de nossa própria felicidade e desejos e considerar as necessidades dos outros (Fil. 2:4).
5. Métodos contraceptivos apropriados. A decisão moral sobre a escolha do uso dos diferentes métodos contraceptivos deve provir da compreensão de seus prováveis efeitos sobre a saúde física e emocional, a forma pela qual atuam e os gastos financeiros envolvidos. Há uma diversidade de métodos para o controle da natalidade — incluindo métodos de barreira, espermicidas e esterilização — que impedem a concepção e que são moralmente aceitáveis.
Outros métodos contraceptivos1 podem impedir a união do óvulo com o espermatozóide (fertilização) ou podem impedir a fixação do óvulo já fertilizado (implantação). Devido à incerteza sobre como eles funcionarão em uma determinada situação, podem ser moralmente questionáveis para aqueles que crêem que a proteção da vida humana inicia na fecundação.
Contudo, considerando que a maioria dos óvulos fecundados não chega a se implantar ou se perde após a implantação, mesmo quando os métodos contraceptivos não são usados, os métodos hormonais de controle de natalidade e os DIUs, que representam um processo similar, podem ser vistos como moralmente aceitos. O aborto, isto é, a interrupção proposital de uma gravidez estabelecida, não é moralmente aceito no que diz respeito ao controle de natalidade.
6. Mau uso do controle do natalidade. Embora a crescente capacidade de lidar com fertilidade e de se proteger de doenças sexualmente transmissíveis possa ser útil a muitos casais, o controle de natalidade pode ser mal empregado. Por exemplo, aqueles que se engajam em relações sexuais pré-nupciais ou extraconjugais podem mais prontamente ser indulgentes com tais comportamentos devido à disponibilidade dos métodos contraceptivos.
O uso desses métodos para proteger a relação sexual fora do casamento pode reduzir o risco de doenças sexualmente transmissíveis e/ou gravidez. No entanto, o sexo fora do casamento é prejudicial e imoral, quer ou não esses riscos tenham sido diminuídos.
7. Uma abordagem redentora. A disponibilidade dos métodos de controle da natalidade torna a educação sobre a sexualidade e a moralidade ainda mais imperativa. Menos esforço deve ser gasto na condenação e mais na educação e nas abordagens redentoras que buscam permitir a cada indivíduo ser persuadido pelos apelos profundos do Espírito Santo.
1. Alguns exemplos atuais desses métodos incluem aparelhos intra-uterinos (DIU), pílulas de hormônio (incluindo a pílula do “dia seguinte»), injeções ou implantes. As perguntas sobre esses métodos devem ser encaminhadas a um médico.
Esta declaração foi votada em 29 de setembro de 1999, durante o Concílio Anual da Comissão Executiva da Associação Geral realizado em Silver Spring, Maryland.
A Posição da Igreja Adventista Quanto ao Aborto
A Posição da Igreja Quanto ao Aborto
Os adventistas desejam lidar com a questão do aborto de formas que revelem fé em Deus como Criador e Mantenedor de toda a vida e de maneiras que reflitam a responsabilidade e a liberdade cristãs. Embora haja diferença de pensamento sobre o aborto entre os adventistas, o texto abaixo representa uma tentativa de prover orientações quanto a uma série de princípios e temas. As orientações estão fundamentadas nos amplos princípios bíblicos, apresentados para estudo no final deste documento.
1. O ideal de Deus para os seres humanos atesta a santidade da vida humana, criada à imagem de Deus, e exige o respeito pela vida pré-natal. Contudo, as decisões sobre a vida devem ser feitas no contexto de um mundo caído. O aborto nunca é um ato de pequenas conseqüências morais. Assim, a vida pré-natal nunca deve ser irrefletidamente destruída. O aborto somente deveria ser praticado por motivos muito sérios.
2. O aborto é um dos trágicos dilemas da degradação humana. As atitudes condenatórias são impróprias para os que aceitaram o evangelho. Os cristãos são comissionados a se tornar uma comunidade de fé amorosa e carinhosa, auxiliando as pessoas em crise ao considerarem as alternativas.
3. De forma prática e tangível, a igreja, como uma comunidade de apoio, deve expressar seu compromisso de valorizar a vida humana. Isso deve incluir:
a. O fortalecimento do relacionamento familiar.
b. Instrução de ambos os sexos quanto aos princípios cristãos da sexualidade humana.
c. Ênfase na responsabilidade do homem e da mulher no planejamento familiar.
d. Apelo a ambos para que sejam responsáveis pelas conseqüências dos comportamentos incoerentes com os princípios cristãos.
e. Criação de um clima seguro para o desenvolvimento de discussões sobre as questões morais associadas ao aborto.
f. Apoio e assistência a mulheres que decidiram prosseguir com uma gravidez problemática.
g. Incentivo e ajuda para que o pai participe com responsabilidade na tarefa de cuidar de seus filhos.
A igreja deve também se comprometer a mitigar os lamentáveis fatores sociais, econômicos e psicológicos que possam levar ao aborto e a cuidar de forma redentiva dos que sofrem as conseqüências de decisões individuais nesta área.
4. A igreja não deve servir como consciência para os indivíduos; contudo, ela deve oferecer orientação moral. O aborto por motivo de controle natalício, escolha do sexo ou conveniência não é aprovado pela igreja. Contudo, as mulheres, às vezes, podem deparar-se com circunstâncias excepcionais que apresentam graves dilemas morais ou médicos, como: ameaça significativa como à vida da mulher gestante, sérios riscos à sua saúde, defeitos congênitos graves cuidadosamente diagnosticados no feto e gravidez resultante de estupro ou incesto. A decisão final quanto a interromper ou não a gravidez deve ser feita pela mulher grávida após e devido aconselhamento. Ela deve ser auxiliada em sua decisão por meio de informação precisa, princípios bíblicos e a orientação do Espírito Santo. Por outro lado, essa decisão é melhor tomada dentro de um contexto saudável de relacionamento familiar.
5. Os cristãos reconhecem que sua primeira e principal responsabilidade é para com Deus. Buscam o equilíbrio entre o exercício da liberdade individual e sua responsabilidade para c a comunidade da fé, a sociedade como um todo e suas leis. Eles fazem sua escolha em conformidade com a Escritura e as leis de Deus em vez de com as normas da sociedade. Assim, qualquer tentativa de obrigar as mulheres, quer a manter ou a interromper a gravidez, deve ser rejeitada como violação à liberdade pessoal.
6. As instituições da igreja devem receber orientações para desenvolver suas próprias normas institucionais em harmonia com este documento. Pessoas que tenham objeções éticas ou religiosas ao aborto não deveriam ser solicitadas a participar na realização do mesmo.
7. Os membros da igreja devem ser incentivados a participar no desenvolvimento das considerações de suas responsabilidades morais com respeito ao aborto à luz do ensino das Escrituras.
Princípios Para uma Visão Cristã da Vida
Introdução
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Em Cristo há a promessa da vida eterna, mas, uma vez que a vida humana é mortal, os seres humanos são confrontados com temas difíceis com relação à vida e à morte. Os seguintes princípios referem-se à pessoa como um todo (corpo, alma e espírito), um todo indivisível (Gên. 1:7; 1 Tess. 5:23).
Vida: Nossa Dádiva Valiosa de Deus
1. Deus é a Fonte, o Doador e o Mantenedor de toda a vida (Atos 17:25 e 28; Jó 33:4; Gên. 1:30; 2:7; Sal. 36:9; João 1:3 e 4).
2. A vida humana tem valor único, pois os seres humanos, embora caídos, são criados à imagem de Deus (Gên. 1:27; Rom. 3:23; I João 2:2; 3:2; João 1:29; 1 Ped. 1:18 e 19).
3. Deus valoriza a vida humana não por causa das realizações ou contribuições humanas, mas porque somos criaturas de Deus e objetos de Seu amor redentor (Rom. 5:6 e 8; Efés. 2:2-6; 1 Tim. 1:15; Tito 3:4 e 5; Mat. 5:43-48; Efés. 2:4-9; João 1:3; 10:10).
Vida: Nossa Resposta ao Dom de Deus
4. Valiosa como é, a vida humana não é a única e última preocupação. O sacrifício próprio em devoção a Deus e aos Seus princípios pode tomar a precedência sobre a vida (Apoc. 12:11; 1 Cor. 13).
5. Deus nos chama para a proteção da vida humana, e responsabiliza a humanidade por sua destruição (Êxo. 20:13; Apoc. 21:8; Êxo. 23:7; Deut. 24:16; Prov. 6:16 e 17;Jer, 7:3- 34; Miq. 6:7; Gên. 9:5 e 6).
6. Deus está especialmente preocupado com a proteção do fraco, indefeso e oprimido (Sal. 82:3,4; Tiago 1:27; Miq. 6:8; At. 20:35, Prov. 24:11,12; Luc. 1:52-54).
7. O amor cristão (agape) é a valiosa dedicação de nossas vidas para elevar a vida de outros. O amor também respeita a dignidade pessoal e não tolera a opressão de uma pessoa para apoiar o comportamento abusivo de outra (Mar. 16:21; Fil. 2:1-11; 1 João 3:16; 4:8-11; Mat. 22:39; João 18: 22 e 23; 13:34).
8. A comunidade crente é chamada a demonstrar o amor cristão de maneira tangível, prática e substancial. Deus nos chama a restaurar gentilmente os quebrantados (Gál. 6:1 e 2; 1 João 3:17 e 18; Mat. 1:23; Fil. 2:1-11; João 8:2-11; Rom, 8:1-14; Mat, 7:1 e 2; 12:20; Isa. 40:42; 62:2-4).
Vida Nosso Direito e Responsabilidade de Decidir
9. Deus dá à humanidade a liberdade de escolha, mesmo que isso conduza ao abuso e a conseqüências trágicas. Sua relutância em forçar a obediência humana requereu o sacrifício de Seu Filho. Ele nos manda usar Seus dons de acordo com Sua vontade e finalmente julgará seu mau uso (Deut. 30:19 e 20; Gên. 3; 1 Ped. 2:24; Rom. 3:5 e 6; 6:1 e 2; Gál. 5:13).
10. Deus convida cada um de nós individualmente a fazer decisões morais e a buscar nas Escrituras os princípios bíblicos que fundamentam tais escolhas (João 5:39; Atos 17:11; 1 Ped. 2:9; Rom. 7:13-25).
11. Decisões sobre a vida humana, do início ao fim, devem ser tomadas no contexto de relacionamentos familiares saudáveis, com o apoio da comunidade de fé (Êxo. 20:12; Efés. 5:6 e 12). As decisões humanas devem ser sempre centralizadas na busca da vontade de Deus (Rom. 12:2; Efés. 6:6; Luc. 22:42).
1. Aborto, conforme compreendido neste documento, é definido como qualquer ação que vise pôr fim a uma gravidez já estabelecida. É diferente do controle de natalidade, que é a intenção de impedir a gravidez.
2. A perspectiva fundamental dessas orientações foi extraída de um extenso estudo da Escritura, conforme demonstrado nos “Princípios para uma Visão Cristã da Vida Humana”, incluídos neste documento.
Estas orientações foram aprovadas e votadas pela Comissão Executiva da Associação Geral em 12 de outubro de 1992, durante o Concílio Anual realizado em Silver Spring, Maryland.
Ensinamento Bíblico em Caso de Divórcio
O divórcio contraria o propósito original de Deus ao instituir o casamento (Mat. 19:3-8; Mar. 10:2-9), mas a Bíblia não é omissa a esse respeito. Visto que o divórcio ocorreu como parte da experiência decaída humana, foi provida uma legislação bíblica para limitar o dano causado por ele (Det. 24:1-4). A Bíblia procura coerentemente elevar o casamento e desaconselhar o divórcio, descrevendo as alegrias do amor e da fidelidade conjugal (Prov. 5:18-20); Cantares de Salomão 2:16;4:9 a 5:1, comparando a relação de Deus com o Seu povo ao casamento (Isa. 54:5; Jer. 3:1), enfocando as possibilidades do perdão e da restauração matrimonial (Oséias 3:1-3) e indicando a aversão de Deus ao divórcio e à desdita causada por ele (Mat. 19:4-6; Mat. 10:6-9). Muitas instruções bíblicas confirmam o casamento e procuram corrigir problemas tendentes a debilitar ou destruir o fundamento do matrimónio (Efés. 5:21-33; Hebr. 13:4; I Ped. 3:7).
Casamentos que podem ser destruídos.
O matrimónio baseia-se em princípios de amor, lealdade, exclusividade, confiança e amparo mantidos por ambos os conjuges, em obediência a Deus (Gén 2:24; Mat. 19:6; ICor. 13; Efés. 5:21-29; I Tess. 4:1-7). Quando estes princípios são violados, o casamento corre perigo. As escrituras reconhecem que trágicas circunstâncias podem destruir o casamento.
Graça Divina.
A graça divina é o único remédio para os males do divórcio. Quando o casamento falha, os ex-conjuges devem ser encorajados a examinar a sua experiência e buscar conhecer a vontade de Deus para a sua vida. O Senhor provê conforto para os que foram feridos. Deus também aceita o arrependimento de indivíduos que cometem os pecados mais destrutivos, até mesmo os que acarretam consequências irreparáveis (II Sam. 11; 12; Sal. 34:18; 86:5; Joel 2:12 e 13; João 8:2-11; I João 1:9).
Motivos para divórcio.
As Escrituras admitem que o adultério e/ou a fornicação (Mat. 5:32), bem como o abandono da parte de um cônjuge incrédulo (I Cor. 7:10-15) constituem motivos para divórcio.
Ensinamentos Bíblicos Acerca do Novo Casamento.
Não há nas Escrituras nenhum ensinamento direto acerca do novo casamento após o divórcio. Entretanto, nas palavras de Jesus, em Mateus 19:9, encontra-se uma forte indicação da possibilidade do novo casamento da pessoa que permaneceu fiel, embora o seu cônjuge tenha sido desleal aos votos matrimoniais.
A Atitude da Igreja Adventista do 7º dia quanto ao Divórcio e o Novo Casamento.
Reconhecendo os ensinamentos da Bíblia acerca do casamento, a Igreja está ciente de que as relações matrimoniais, em muitos casos, ficam aquém do ideal. O problema do divórcio e do novo casamento só poderá ser observado em seu verdadeiro aspecto quando for encarado à luz do Céu e contra o fundo histórico do Jardim do Éden. O ponto central do santo plano de Deus para o nosso mundo foi a criação de seres feitos à Sua imagem, que se multiplicassem e enchessem a Terra, e vivessem juntos em pureza, harmonia e felicidade. Ele criou Eva do lado de Adão, e deu-a a Adão como a sua mulher. Foi assim instituído o casamento – sendo Deus o Autor da instituição e Deus o oficiante do primeiro casamento. Depois de o Senhor revelar a Adão que Eva era verdadeiramente osso dos seus ossos e carne da sua carne, nunca lhe poderia surgir na mente dúvida alguma de que os dois fossem uma só carne. Nem podia surgir na mente de nenhum dos componentes do santo par, dúvida alguma de que Deus pretendesse que o seu lar tivesse duração eterna.
Este conceito do matrimónio e do lar, a Igreja adopta sem reserva, crendo que qualquer degradação deste alto ponto de vista é uma correspondente degradação do ideal celestial. A crença de que o casamento é uma instituição divina tem a sua base nas Escrituras. Nessa conformidade, todo pensamento e argumento no intrincado terreno do divórcio e novas núpcias deve ser constantemente harmonizado com o santo ideal revelado no Éden.
A Igreja crê na lei de Deus; crê, também, na misericórdia perdoadora de Deus. Crê que a vitória e a salvação podem ser tão seguramente encontradas pelos que transgrediram nesse assunto do divórcio e de novo casamento, quanto por parte dos que fracassaram em qualquer das outras santas normas divinas. Nada do que é aqui apresentado tem a intenção de diminuir a misericórdia ou o perdão de Deus. No temor do Senhor, é aqui apresentado o que a Igreja crê serem os princípios e as regras que devem ser aplicados neste assunto do casamento, do divórcio e de novas núpcias.
Conquanto o casamento tenha sido realizado primeiramente por Deus só, reconhece-se que as pessoas vivem agora sob governos civis neste mundo; portanto, o casamento tem dois aspectos: o divino e o civil. O aspecto divino é regulado pelas leis de Deus; o civil, pelas leis do Estado.
Em harmonias com estes princípios, as seguintes declarações enunciam a atitude da Igreja Adventista do 7º dia:
1- Quando Jesus disse: “Não o separe o homem”, estabeleceu uma norma de procedimento para a Igreja, sob a dispensação da graça, que devia sempre transcender todas as legislações civis que ultrapassassem a interpretação divina da lei de Deus que governa a real ação matrimonial. Dá Deus aí, para Seus seguidores, uma regra que devem seguir, quer o estado ou o costume em voga permitam maiores liberdades, quer não. “No sermão do monte, Jesus afirmou claramente que não podia haver dissolução do laço matrimonial, a não ser por infidelidade ao voto conjugal”. – (Mat. 5:32; 19:9).
2- A infidelidade ao voto matrimonial geralmente tem sido considerada como alusão a adultério e/ou fornicação. No entanto a palavra que no Novo Testamento e traduzida por “fornicação” ou “prostituição”, abrange algumas outras irregularidades sexuais. (I Cor. 6:9; Tim. 1:9 e 10; Rom. 1:24-27). Portanto, as perversões sexuais, inclusive o incesto, o abuso sexual de crianças e as práticas homossexuais, são também identificadas como abuso das faculdades sexuais e violação do desígnio divino no casamento. Como tal, são um motivo justo para separação ou divórcio. Se bem que as Escrituras permitam o divórcio pelas razões apresentadas mais acima, assim como pelo abandono da parte de um cônjuge incrédulo (I Cor. 7:10-15), devem ser feitos esforços diligentes, pela igreja e pelas pessoas envolvidas, para efetuar uma reconciliação, instando com os cônjuges para que manifestem, um ao outro, um espírito de perdão e restauração semelhante ao de Cristo. Recomenda-se que a igreja lide amorosa e redentivamente com o casal, a fim de ajudar no processo de reconciliação.
3- No caso de não se conseguir a reconciliação, o cônjuge que permaneceu fiel ao consorte que violou o voto matrimonial tem o direito bíblico de requerer divórcio, bem como tornar a casar-se.
4- O cônjuge que violou o voto matrimonial (Ver parágrafos 1 e 2, mais acima) estará sujeito à disciplina da igreja local. (Ver Manual da Igreja, Capítulo 14, Disciplina Eclesiástica, Págs. 185-200). Se estiver genuinamente arrependido (a), ele (ou ela) poderá ser posto (a) sob censura por um determinado período de tempo, em vez de ser desligado de membro da igreja. O cônjuge que não der provas de pleno e sincero arrependimento, será removido do rol de membros da igreja. No caso de a violação ter causado opróbrio público à causa de Deus, a igreja, a fim de manter as suas altas normas e bom nome, poderá remover o indivíduo do rol de membros, embora haja prova de arrependimento. Qualquer dessas formas de disciplina deverá ser aplicada pela igreja local de tal maneira que procure atingir os dois objetivos da disciplina eclesiástica: corrigir e resgatar. No evangelho de Cristo, o aspecto redentivo da disciplina está sempre ligado à autêntica transformação do pecador numa nova criatura em Jesus Cristo.
5- O cônjuge que violou o voto matrimonial e se tenha divorciado, não tem o direito moral de casar-se com outra pessoa enquanto o cônjuge que permaneceu fiel ao voto matrimonial ainda vive e permanece sem casar-se e casto. Se ele (ou ela) casar-se, se for membro da Igreja, também será removida do rol de membros da Igreja.
6- Reconhece-se que , às vezes, as relações matrimoniais deterioram-se a tal ponto que é melhor o marido e a esposa se separarem. “Aos casados, ordeno, não eu mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se, porém, ela vier a separar-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher”( I Cor. 7:10 e 11). Em muitos desses casos, a guarda dos filhos, o ajuste dos direito de propriedade, ou mesmo a proteção pessoal, podem tornar necessária uma modificação do status matrimonial. Em casos tais pode ser permissível obter o que em alguns países se chama separação legal. Entretanto, em algumas jurisdições civis, essa separação só pode ser obtida por meio do divórcio. A separação ou o divórcio que resulta de tais fatores como violência física ou em que não está envolvida a “infidelidade ao voto matrimonial” (Ver parágrafos 1 e 2, mais acima), não dá a nenhum dos cônjuges o direito bíblico de tornar a casar-se, a menos que no ínterim a outra parte se tenha casado, haja cometido adultério ou fornicação, ou tenha morrido. Se um membro da igreja que se tenha assim divorciado tornar-se, sem estas razões bíblicas, ele (ou ela), será removido (a) do rol de membros da igreja; e quem se casar com ele (ou ela), se for membro da igreja, será também removido. (ver Manual da Igreja, pág. 195)
7- O cônjuge que tenha violado o voto matrimonial, se tenha divorciado, tenha sido removido do rol de membros da igreja e se tenha casado novamente, ou quem se tenha divorciado por motivos outros que não os apresentados nos parágrafos 1 e 2, e se tenha casado novamente e sido removido da igreja, será considerado inelegível à qualidade de membro da igreja, exceto nos casos previstos a seguir.
8- O contrato matrimonial não só é mais sagrado mas também infinitamente mais complexo do que outros acordos em suas possíveis complicações; por exemplo, o fator dos filhos. Portanto, num pedido de readmissão à qualidade de membros da igreja, as opções acessíveis à pessoa arrependida podem ser severamente limitadas. Antes que a decisão final seja tomada pela igreja local, o pedido de readmissão será submetido pela igreja, por intermédio do pastor ou dirigente distrital, à comissão diretiva da Associação/Missão, para conselhos e recomendações quanto a quaisquer possíveis passos que a pessoa ou as pessoas arrependidas devam dar para conseguir tal readmissão.
9- A readmissão na igreja dos que tenham sido removidos pelos motivos apresentados nos parágrafos precedentes, sê-lo-á normalmente sob a condição de rebatismo. (ver Manual da Igreja, pág. 199).
10- Quando a pessoa que tenha sido removida do rol de membros for por fim readmitida na igreja, segundo estabelece o parágrafo 8, deverá exercer-se todo o cuidado possível para salvaguardar a unidade e a harmonia na igreja, não dando a essa pessoa responsabilidade como líder; especialmente em cargos que exija o rito da ordenação, a menos que o caso seja cuidadosamente considerado com a administração do campo local.
11- Nenhum pastor adventista do sétimo dia tem o direito de oficiar em uma cerimônia de segundas núpcias de pessoa que, sob a estipulação dos parágrafos precedentes, não tenha o direito bíblico de tornar-se a casar-se.
Fonte: Manual da Igreja Adventista do 7º dia